sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sadinos em Vila Nova da Rainha


      Estava tudo preparado para mais uma tarde de bom futebol no décano campo dos Arneiros em Vila Nova da Rainha. O dia amanhecera chuvoso, com o sol a espreitar timidamente, mas depressa o mesmo se escondeu e abriu a tarde para um relvado bem regado e escorregadio, ordens de S. Pedro (não o nosso GR, mas sim o outro).

      Vila Nova da Rainha engalanara-se para assistir á receção dos Garrafinhas à sua congénere de Setúbal. Esse mesmo que o leitor está a pensar. O grande Vitória de Setúbal. Equipa histórica com pergaminhos na alta roda do futebol português, honrou-nos com a sua visita e boa disposição. Estava tudo preparado para uma tarde bem passada. As bancadas estavam bem compostas (12 espectadores). Duas equipas que tinham apresentado até esta altura da época do melhor futebol praticado pelos nossos relvados. Duas equipas que continuavam imaculadas, sem conhecer o travo amargo que é provocado pelo sabor da derrota.

     Quem está na bancada sente o cheiro que emana do balneário. Um cheiro caracteristico antes de qualquer jogo. Um cheiro a concentração, camaradagem e vontade de vencer. O mister Botas, abandonado pelo mister Sousa, que teve a sempre ingrata tarefa de arbitrar o jogo, começou a anunciar a tactica com que iriamos surpreender a equipa adversária. Tinha andado em observações toda a semana, mas pelo que tinha constatado durante o aquecimento dos sadinos, nenhum jogador observado teria sido convocado pelo mister da equipa forasteira. Plano furado. Assim, anunciou 10 jogadores para compôr o 11 inicial. Faltava 1, a indecisão apoderou-se do nosso mister, olhou para os jogadores, os seus olhos concentraram-se em cada um deles, até que de repente como que se de uma voz tratasse, roda a sua cabeça ligeiramente para o seu lado direito e olhando por cima do seu ombro direito anuncia: "Hélder, vais jogar a médio direito." Era uma estreia. O Hélder tremeu, a responsabilidade de jogar a titular surpreendeu-o. Não vinha preparado. Mas interiorizou. De repente, e sem que nada o fizesse prever o mister avista o Ivo. "Pára, pára tudo. Ivo, não te tinha visto. Vais jogar tu a médio direito. Hélder desculpa lá, não tinha visto o Ivo". O mister manda. Nada a objectar.

       Começou a rolar a redondinha no relvado. O piso, como tinha sido referido inicialmente, estava que nem manteiga. Mas mesmo assim estava bastante praticável. Estava um dia excelente para os velocípedes, que há muitos nos garrafinhas.
      O jogo começou com um ligeiro ascendente dos homens do sado, equilíbrio que foi reposto á passagem do primeiro quarto de hora pelos homens do ribatejo. Á passagem dos 20 minutos é inaugurado o marcador pelo nº8 da equipa visitante. Um canto, uma ressacadela da defesa da casa,o jogador adversário interpela a bola na cabeça da área e desfere um remate potente que sofre um desvio do nosso ala direiro Ivo  que muda a trajectória da mesma e anincha-se no fundo das redes do nosso GR Pedrita que se mostrou impotente para fitar a surpresa do remate.
        A partir do golo, os homens da casa asumiram as rédeas do jogo e partiram em busca do empate. Empate esse que surgiu á passagem dos 34 minutos de jogo, quando Ivo após um passe de Rui Costa na direita, e perante as simulações de João Vicente e Luís Alves, desfere um remate na passada de pé esquerdo (o menos mau dos dois pés) e surpreende o GR vitoriano que ficou sem reacção.
      Veio com naturalidade o intervalo, e o resultado era revelador do que se passara. Duas equipas equilibradas, procurando sempre a baliza contrária. Estava a ser um bom jogo.
        Na 2ª parte foram realizadas algumas substituições no recomeço do jogo e assistiu-se a uma quebra do ritmo de jogo. Facto esse aproveitado pela equipa forasteira para marcar o seu 2ª golo e não mais desperdiçar essa vantagem. Até ao fim do jogo assistiu-se a um jogo combativo, com os garrafinhas a tentarem a igualdade, mas a esta a não ser alcançada.
         Bom jogo malta. Merecíamos mais. Saímos por cima, como sempre.

       A 3ª parte foi como sempre no Verdinho e foi aquela máquina de sempre. Boa comida, boa pinga, boas conversas, saudável camaradagem entre os demais. Contaram-se histórias da carochinha, falou-se do choco frito e do carrapau e confesso, ficámos com vontade retribuir a visita que nos foi feita pelos nossos amigos de Setúbal.
         Grande emoção do nosso GR Pedrita que realizara o seu sonho de menino (como diz o nosso Tony Carreira) ao defrontar o seu clube, o clube da sua terra. Pedrita havia nascido em Setúbal, nas margens do sado, dentro de uma canoa, ao balanço da turpidação das águas provocada pelos barcos que saíam para a pesca matinal. Um grande abraço de solidariedade ao Pedrita. Obrigado por partilhares este momento connosco.
 
        Alinharam pelo Garrafinhas :

        Guarda-Redes: Pedrita, Gustavo
        Defesas: Rui Costa, Mario Jorge, Luis Sobral,Marinho, Lenine, Mario Santos
        Médios: Telmo, Ivo, Quim Dias, Paixão, João Vicente, Fernando,Lobito, Hélder Bicho
        Avançados: Rúben, Manuel Gigante, Luis Alves

         Resultado Final : 1-2
         
       Nota Negativa: Aos 5 minutos da 2ª parte João Vicente sentiu um ruído atrás de si, e num esguicho de dor, deu voz ao que acabara de acontecer. Numa tentativa de interceptar um passe muito bem executado (ironia) pelo colega Rúben, excedeu os seus limites musculares e contraiu uma micro-rotura muscular. Isto sucedeu porque a contracção simultânea dos quadricípites e dos isquiotibiais podem produzir uma distensão muscular femoral posterior se os isquiotibiais têm uma potência menor de 60% da dos quadricípites. Isto é, minis a menos. Há que recuperar e bem para voltar em grande.


Frases pós Jogo :

""...Há duas formas de ver o futebol...""
Ex-Mister José " Mourinho " Ribeiro para Mister Botas


"" ...Pois é, a minha e a tua...""
Mister Botas a responder ao Ex-Mister


Abraços amigo a todos

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